Por: Caio Barbosa
Começou na segunda-feira (18) o Seminário Nacional de Agroecologia e Abastecimento, organizado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA Brasil). O evento reúne agricultoras e agricultores de 19 estados das cinco regiões do país, além da coordenação nacional do movimento e será realizado até o dia 20 em Brasília. Com o objetivo de avançar na consolidação do Plano Camponês, construído há quase 30 anos pelo MPA, o seminário é um espaço estratégico para debater temas como agroecologia, bioinsumos, cooperativismo e sementes crioulas, fundamentais para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil.

O primeiro dia do evento foi marcado por debates profundos sobre políticas públicas e o futuro da produção camponesa. Jean Marc, economista e ex-coordenador da ASP-TA/ANA, destacou a importância dos quintais produtivos como chave para o futuro alimentar do país. Ele criticou a atual relação entre produção de alimentos e mercado de consumo, mas também apontou estratégias para fortalecer a base camponesa. “A consolidação e avanço dos quintais produtivos são a chave para o futuro alimentar”, afirmou.
A mesa de debates contou ainda com a participação de Vivian Libório, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que apresentou os resultados do atual Plano Safra e suas projeções para o futuro. O Plano tem um valor total de quase 77,8 bilhões especificamente para a agricultura familiar e que envolve mais de 3,9 milhões de agricultores familiares no Brasil. Vivian reconheceu os desafios, mas reforçou o compromisso do governo com a reconstrução do MDA: “Estamos avançando na medida do possível para alcançar os anseios da agricultura familiar. Este é um momento de escuta e diálogo”, afirmou.
Além dos debates, o seminário promoveu atividades de interação e socialização de experiências, destacando a importância da organização camponesa nos territórios onde o MPA atua. Ao longo da semana, serão apresentadas experiências e empreendimentos de produção e abastecimento realizados pelo movimento em todo o país. Essas iniciativas são fundamentais para a luta contra a fome e pela soberania alimentar, pilares centrais da atuação do MPA.
Com quase três décadas de história, o MPA se consolida como um dos principais movimentos de organização e resistência camponesa no Brasil. Atuando em defesa da agroecologia, da reforma agrária e do abastecimento popular, o movimento reafirma seu compromisso com a erradicação da fome e a construção de um projeto de desenvolvimento justo e sustentável para o campo brasileiro.