Durante o mês de maio uma campanha de busca conscientizaras pessoas sobre a importância da saúde do nosso intestino, um órgão fundamental para nosso bem-estar físico e mental. O tema ganha destaque durante o “Maio Roxo”, com diversos conteúdos e informações sendo compartilhados para prevenir as doenças inflamatórias intestinais.
A Jasmine, marca de alimentos orgânicos e integrais, entrou nesse movimento e preparou um guia de cuidados da saúde intestinal com dicas práticas da nutricionista da marca, Karla Maciel.
A nutricionista explica que existe uma via de comunicação complexa conhecida como eixo intestino-cérebro envolvendo o sistema nervoso central (o cérebro) e o sistema nervoso entérico, e essa conexão influencia a produção de neurotransmissores. Na Medicina Chinesa, inclusive, o intestino é visto como o nosso segundo cérebro.
“Cerca de 90% da serotonina do corpo é produzida no intestino. Quando essa produção é afetada por desequilíbrios intestinais, como inflamações ou alterações na microbiota intestinal, o humor e a saúde mental também podem sofrer impactos”, explica.
Além disso, o intestino abriga trilhões de bactérias, conhecidas como microbiota intestinal que desempenham funções na digestão, fortalecimento do sistema imunológico e até regulação na produção de substâncias que influenciam diretamente o cérebro. Quando essa microbiota está desregulada, podem surgir sintomas como ansiedade, irritabilidade, alterações de sono e até quadros de depressão.
Outro ponto relevante destacado pela nutri é a presença do nervo vago, uma estrutura que conecta diretamente o cérebro ao intestino e permite que informações circulem constantemente entre essas duas regiões. Esse “supernervo” transmite sinais que influenciam o apetite, o estresse e até o comportamento alimentar.
Vale lembrar que essa comunicação é uma via de mão dupla: se o intestino afeta o cérebro, o oposto também acontece. Situações de estresse emocional, ansiedade ou sentimentos negativos podem impactar a saúde intestinal, causando sintomas como dor de barriga, náuseas, prisão de ventre ou diarreia.
Já deu para perceber que temos motivos de sobra para cuidar bem da saúde de forma integral, priorizando a regulação do intestino. Nesse caminho, a hidratação, a prática de atividades físicas regulares e os hábitos alimentares mais equilibrados são fundamentais.
Intestino saudável em todas as fases da vida
Na infância
Nos primeiros anos, o foco é estimular uma microbiota saudável desde cedo. O parto normal, o aleitamento materno e a introdução alimentar rica em vegetais e frutas naturais ajudam a formar uma microbiota mais equilibrada e saudável.

Na fase adulta
Entre os 20 e os 50 anos, o maior desafio costuma ser o estilo de vida agitado. Refeições apressadas, estresse, sedentarismo e dietas pobres em fibras são as alterações mais comuns. Nessa fase, manter uma rotina de autocuidado intestinal é essencial: incluir alimentos funcionais (como aveia, chia, iogurtes naturais, vegetais verde-escuros) priorizar refeições completas e reservar tempo para ir ao banheiro sem pressa já fazem uma grande diferença.
A partir dos 50 anos
Com o passar do tempo, o metabolismo desacelera, a motilidade intestinal diminui e há uma tendência natural à constipação. Nessa fase, é ainda mais importante aumentar o consumo de fibras solúveis e insolúveis, além de priorizar alimentos com ação prebiótica e probiótica. A ingestão de água deve ser reforçada, já que a sensação de sede pode diminuir com a idade. Também é importante observar o uso de medicamentos, que podem alterar a microbiota ou afetar o funcionamento intestinal.
Ingredientes de ouro para a saúde intestinal
Além da alimentação equilibrada, evitando ao máximo os ultraprocessados e os excessos de açúcar, gordura, álcool e outros “alimentos” nocivos ao nosso organismo, alguns ingredientes ajudam a manter o intestino funcionando melhor. Veja quais são as recomendações da nutricionista Karla Maciel.

- Semente de chia: rica em fibras solúveis e fonte de ômega-3 vegetal, que tem ação anti-inflamatória. Pode ser adicionada em sucos, iogurtes, frutas, mingaus e em receitas variadas.
- Linhaça: tanto na versão dourada quanto marrom libera substâncias com efeito laxativo suave quando triturada, além de alimentar as bactérias boas do intestino. Uma colher por dia já faz diferença. Pode ser usada em vitaminas, massas de bolos, panquecas e saladas.
- Gergelim: pequeno, mas poderoso, é fonte de fibras, cálcio e gorduras boas. Além de ajudar no trânsito intestinal, contribui para a saúde óssea. Pode ser polvilhado em vegetais assados, arroz, saladas ou usado como tahine (pasta de gergelim).
- Quinoa: além de ser uma proteína vegetal completa, também contém fibras importantes para a digestão e o equilíbrio da microbiota. É versátil e pode ser usada como substituta do arroz, em receitas de tabules, saladas frias, risotos ou até em preparações doces, como mingaus.
- Alimentos Integrais: arroz integral, aveia, pães e massas integrais, inclusive as opções sem glúten mantêm a estrutura das fibras intacta, o que favorece o bom funcionamento intestinal e garante saciedade.
“Cuidar da saúde intestinal não precisa ser caro, complicado ou exigir ingredientes inacessíveis. Aproveitar bem os alimentos que já temos em casa é uma forma inteligente de manter o intestino em equilíbrio e ainda evitar o desperdício”, conclui a nutri.