Mais que benefícios econômicos e a salvaguarda do patrimônio natural e cultural de um território, o Turismo de Base Comunitária – TBC promove o empoderamento local e tem como premissa o protagonismo dos comunitários no planejamento, gestão, divulgação, comercialização e na operação turística.
Esta forma de fazer turismo é relativamente nova no Brasil. Há cerca de 30 anos, surgem as primeiras experiências no meio rural brasileiro. Após este período inicial, os projetos de TBC começam a ser desenvolvidos nos centros urbanos, com destaque para a cidade do Rio de Janeiro.
O Estado de Santa Catarina é referência nacional no TBC praticado no meio rural, seja através do pioneirismo da Estrada Bonita em Joinville ou do trabalho solidário da Associação de Agricultores Agroecológicos Acolhida na Colônia.
Mais recentemente, o TBC catarinense ampliou a sua atuação nas cidades, mais precisamente na comunidade do Monte Serrat, região central de Florianópolis. O TBC Viva Monte Serrat surgiu de uma demanda local e tem o objetivo de criar uma ponte entre o morro e o asfalto, indiferente às inúmeras tentativas de invisibilização da comunidade mais negra de Florianópolis.
Através do Viva Monte Serrat, os anfitriões e visitantes têm a oportunidade de se conectarem de forma autêntica e solidária. Um convite para se descobrir as razões históricas e culturais que fazem da comunidade do Monte Serrat um enclave vivo de memória ancestral e reconhecida pela força do matriarcado, pela resiliência, a alegria, a união e a fé do seu povo.
Os Caminhos do Viva Monte Serrat são um mergulho a uma Florianópolis ainda invisível ao turismo convencional e de quebra você aprecia o pôr-do-sol mais lindo do centro de Floripa.
- Rafael Freitag é turismólogo e consultor na área do turismo. Escreve quinzenalmente no portal Brasil Criativo.