Documentos históricos de Luiz Gama, um dos maiores abolicionistas do Brasil, foram reconhecidos “Patrimônio da Humanidade” pela Unesco-América Latina.
Luiz foi poeta, jornalista e advogado do século 19. Em junho de 2021, a Universidade de São Paulo (USP) concedeu para ele título de Doutor Honoris Causa, sendo o primeiro título dado a um brasileiro negro desde sua criação.
Desde 1992, a Unesco promove a seleção de documentos fundamentais para a preservação da memória global.E no mês de dezembro, a organização divulgou uma nova lista e incluiu um conjunto de manuscritos assinados por Luiz Gama.
Luiz Gama passou a usar todas as brechas legais e argumentos jurídicos para defender a liberdade de pessoas que haviam sido escravizadas.
Uma das estratégias era analisar a idade dos escravizados africanos e conseguir provar que eles haviam chegado ao Brasil depois de alguma lei que proibiu o tráfico de pessoas. Quase sempre essas leis não saiam do papel. E o trabalho de Luiz mudou isso.
Uma cópia desses documentos históricos de Luiz Gama está no Arquivo Público de São Paulo. Só em um caderno estão registradas a liberdade de 212 pessoas.
Além das cartas de emancipação, outros documentos escritos por Luiz Gama fazem parte do acervo de processos judiciais em que ele atuou pela defesa de escravizados. Os artigos de jornal de autoria dele também receberam o título de memória mundial.
Uma parte grande desses documentos já está digitalizada e pode ser acessada no site do Arquivo Público do Estado de São Paulo.
A luta antiracista de Luiz Gama permanece como legado para o Brasil.