“A Política Nacional Cultura Viva é, para um sistema nacional, a política de base comunitária. Seria como a Atenção Básica para o SUS [Sistema Único de Saúde]; a educação materno-infantil para a Educação, no sentido de ser a camada da universalização de acesso à política de bens culturais. Também reforça a valorização de saberes e de práticas culturais que muitas vezes não tiveram o devido valor e posição. Quando a gente apresenta o Brasil para o mundo, a gente sempre faz isso por meio da cultura popular”, declarou a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC), Márcia Rollemberg ao programa CB.Poder, nesta quarta-feira (20), transmitido ao vivo pela TV Brasília e redes sociais do jornal Correio Braziliense.
Na entrevista às jornalistas Mariana Niderauer e Mila Ferreira, ambas do Correio, a secretária falou dos editais Sérgio Mamberti e Pontões de Cultura, que marcam a volta da Política Nacional Cultura Viva e totalizam um investimento de R$ 61 milhões. “É uma política que foi instituída em 2014 e reconhece os grupos culturais. Visa valorizar a nossa cultura popular, a nossa cultura tradicional, a cultura que valoriza a diversidade brasileira. E agora estamos retomando, depois de seis anos sem financiamento”, contou Márcia.
“A gente quer chegar naqueles mestres, naquelas mestras, nesses agentes culturais que estão mais invisibilizados e mais distantes do acesso ao fomento cultural”, salientou.
Sobre a questão da diversidade, comtemplada nos chamamentos, a secretária comentou: “É um campo que temos que ampliar a lupa, porque muitas palavras cabem dentro de diversidade. A sociedade está se organizando e a política pública precisa dar conta desse diálogo. E nessa construção do exercício desses direitos, da garantia desses direitos culturais, para uma sociedade tão diversa como a nossa, que vive num momento algumas questões de tantas polarizações, o campo da cultura é um campo de mediação”, argumentou. E foi além: “A cultura tem uma grande contribuição a dar ao Brasil, inclusive no sentido do que nos une como nação. Do nosso sentido de pertencimento. A gente não está dividido em dois. Podemos divergir, mas somos um todo. E a cultura brasileira é uma amálgama dessa nação”, concluiu.