Brasil aceitou o convite para entrar na Coalizão de Economia Circular para América Latina e o Caribe, organização que reúne outros 16 países comprometidos com a construção de um futuro mais sustentável na região. Com este passo, o Brasil passa a integrar o grupo de países comprometidos em trabalhar de maneira colaborativa para a construção de um futuro mais sustentável na região. Entre os membros do fórum estão México, Argentina, Chile e Colômbia.
A entrada do Brasil no grupo, que terá o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) como representante do país, foi formalizada no final de agosto. Lançada em fevereiro de 2021, a Coalizão é coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e apoiada por oito parceiros: o Centro de Tecnologia Climática (CTCN), a Fundação Ellen MacArthur, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Fundação Konrad Adenauer (KAS) a Plataforma de Aceleração da Coalizão de Economia Circular (PACE), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) e o Fórum Econômico Mundial (WEF).
São definidos por “economia circular” os métodos produtivos que eliminem resíduos, reduzam desperdícios, e movimentem os materiais com foco na regeneração da natureza. Empregam técnicas que levem em conta as mudanças climáticas, a perda de diversidade, os recursos finitos e os índices de poluição.
A entrada do Brasil na Coalizão de Economia Circular se soma a uma série de iniciativas apresentadas pelo governo para redirecionar o modelo de desenvolvimento e gerar retorno econômico dentro dos desafios ambientais globais. A participação no fórum permitirá o conhecimento de outras políticas implementadas na região para criação de práticas que beneficiem empresários, indústrias, pequenas empresas, produtores e consumidores.
“Estamos comprometidos em proporcionar um desenvolvimento de melhor qualidade e baixo carbono no Brasil, e a economia circular é uma estratégia que não podemos ignorar”, afirma o Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Rodrigo Rollemberg, representante do Brasil na Coalizão.
“Ao pensar a regeneração da natureza e a gestão dos recursos para além de resíduos e reciclagem, a economia circular se mostra um caminho para gerar emprego e renda, dinamizar a economia interna e ampliar nossa competitividade no cenário internacional”, acrescenta o secretário.
Anunciada pouco mais de dois anos após a criação da Coalizão, a entrada do Brasil era esperada pelos demais membros e parceiros devido a sua importância econômica e de influência para a região. “Estamos contentes em ver o Brasil se somar a esse grupo relevante de países comprometidos com a colaboração e o avanço das políticas públicas voltadas à economia circular e o consumo e produção responsáveis”, diz Beatriz Carneiro, coordenadora regional do Subprograma Finanças e Transformações Econômicas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), instituição que secretaria a Coalizão.
Especialista em economia circular e parceira estratégica da Coalizão, a Fundação Ellen MacArthur enxerga este compromisso do Brasil como um passo importante para o avanço da transição a uma economia circular na região. “Este grupo de governos nacionais e organizações internacionais está comprometido com uma visão de economia circular que é adequada para a nossa região. As políticas que desenvolvem buscam eliminar os resíduos e a poluição em sua origem, gerir bem os seus recursos, circulando os produtos e materiais na economia e, principalmente, regenerar a natureza. Ao participar deste fórum, o Brasil poderá apresentar os avanços que já está implementando, além de aprender com as experiências de outros países.” avalia a diretora executiva para a América Latina na Fundação Ellen MacArthur, Luisa Santiago.
Devido à sua importância, a economia circular está contemplada em uma das missões do Conselho Nacional de Desenvolvimento industrial (CNDI), com foco em dominar tecnologias da economia circular e promover soluções inovadoras para um futuro mais sustentável. Também é um dos seis eixos do Plano de Transformação Ecológica, apresentado pelo Ministério da Fazenda. O modelo figura ainda entre os objetivos da política de neoindustrialização e está presente no Plano Plurianual de 2024-2027 como uma das estratégias de mitigação do aquecimento global.