Com o intuito de “passar da visão para a ação”, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, faz um chamado à comunidade internacional para participar do “Mutirão Global”, lançado em nova carta publicada hoje (8).
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas será sediada no Brasil entre os dias 10 e 21 de novembro, na cidade de Belém.
Segundo o documento, a mobilização tem como objetivo “impulsionar ação e ambição, criando as condições para um ponto de inflexão em nossa luta contra a mudança do clima”.
A carta incentiva indivíduos e organizações a apresentarem “contribuições autodeterminadas” (de forma análoga às NDCs – Contribuições Nacionalmente Determinadas – do Acordo de Paris), em forma de experiências e iniciativas que possam contribuir para enfrentar, de forma sustentável, os desafios climáticos.
“A Presidência da COP30 deixa aqui um convite aberto a todos os membros da família humana: venham como são e como podem ser. Na moldura do Mutirão Global serão acolhidos todos, independentemente do nível de engajamento, de especialização e de perspectiva”, diz o documento.
A estreia do “Mutirão Global” será realizada na primeira Semana do Clima da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) em 2025, a ser realizada na Cidade do Panamá, de 19 a 23 de maio.
A carta é a primeira de uma série de comunicações para mobilizar a comunidade internacional diante da urgência climática. Os próximos temas a serem abordados são a Agenda de Ação; as negociações formais da UNFCCC; e a Cúpula de Líderes.
Outro lançamento destacado no documento são os quatro Círculos de Liderança: (i) o “Círculo dos Presidentes das COP”, (ii) o “Círculo dos Povos”, (iii) o “Círculo de Ministros da Fazenda” e (iv) o “Círculo do Balanço Ético Global”. “Como ondas que se formam e se fundem em uma implacável corrente, esses círculos fluirão juntos, canalizando a sabedoria coletiva para gerar renovação e evolução”.
Ainda, o presidente reforçou a necessidade de união em meio a desafios geopolíticos, socioeconômicos e ambientais para “(1) reforçar o multilateralismo e o regime de mudança do clima no âmbito da UNFCCC; (2) conectar o regime climático à vida real das pessoas; e (3) acelerar a implementação do Acordo de Paris, por meio do estímulo a ações e ajustes estruturais em todas as instituições que possam contribuir para tanto”.
Os esforços seriam com vistas a “evitar uma reação em cadeia potencialmente devastadora e desencadeando, em vez disso, ‘ações em cadeia’ para soluções exponenciais de baixo carbono e resilientes ao clima”.