De 20 a 23 de novembro, acontecerá, no Rio de Janeiro, o 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA). Organizado pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e apoiado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), o evento ocupará o espaço da Fundição Progresso, na Lapa.
O congresso acontece desde 2003, de dois em dois anos, mas o último foi em 2019 devido à pandemia de Covid-19. De acordo com os organizadores, o XII congresso acontece em um cenário de reestruturação de políticas públicas. São mais de 3 mil trabalhos inscritos em 15 eixos de pesquisa. O fortalecimento das redes de estudantes, acadêmicos, a participação ativa e ampla de instituições de ensino, pesquisa e extensão, e de setores da sociedade civil organizada, envolvidos com demandas da agricultura familiar e dos povos, e comunidades tradicionais são alguns dos destaques, de acordo com a organização do evento.
Ao longo de seus vinte anos, o CBA – que começou como um evento acadêmico de valorização da agroecologia como ciência – se consolidou como um espaço de diálogo entre os conhecimentos científicos e cotidianos, construído por uma rede ampla de parcerias do campo e da cidade, no Brasil, na América Latina e no mundo.
Com o tema “Agroecologia na Boca do Povo”, um dos principais objetivos do congresso será trazer visibilidade ao conceito de agroecologia para além do ambiente acadêmico e dos movimentos sociais.
Os dados do Censo Agropecuário de 2017 do IBGE mostram que 70% do total de alimentos produzidos no paísA vêm da origem da agricultura familiar. Não por acaso, a agroecologia coloca-se como contraponto ao chamado agronegócio, principal responsável pelo desmatamento, em função da constante expansão da fronteira agrícola no país, influenciada pelo mercado internacional de commodities.
“Não seria possível construir esse processo sem interagir com a volta do Brasil ao Mapa da Fome, sem enfrentar questões centrais e estruturais para a democracia no Brasil. O lema do congresso esse ano é uma tradução da ciência que a gente acredita. É uma tradução da articulação no campo da ciência, do movimento e da prática para que a gente não só pense em uma atuação em rede, mas que a gente pense caminhos e propostas”, afirma Natália Almeida, representante da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).