O ano de 2022 parece ter sido o melhor, até agora, quando o assunto é a representatividade de negros na comunicação digital.
Ao todo, 53% das ações dos 20 maiores anunciantes do Brasil (segundo o Meio & Mensagem) tiveram representatividade racial. O resultado contrasta com os 44% do ano anterior e é o maior já visto desde 2018, quando o estudo começou a ser feito.
A metodologia utilizada pela Elife, Buzzmonitor e SA365 foi a análise de mais de 24 mil postagens no Instagram, Facebook e Twitter. Destacam-se nesse sentido marcas como Casas Bahia, Dove, Seda, Benegrip e Buscopan.
A diversidade racial foi vista também na intersecção com o gênero – tendo a mesma presença em bens de consumo e bancos. Contudo, os homens são maioria no varejo, telecomunicações e entretenimento.
Na contramão, a pesquisa indica que os segmentos de higiene pessoal e beleza, indústria farmacêutica e limpeza doméstica têm a comunicação protagonizada majoritariamente por mulheres – cuja representatividade diminuiu em relação a análises realizadas anteriormente na comunicação digital.
Múltiplas representatividades na comunicação digital
Ademais, mulheres negras, LGBTQIAPN+, plus size e PCD ainda são sub representadas em relação às brancas. Homens cisgênero são maioria. Na sequência, aparecem mulheres transgênero e mulheres cis.
No que diz respeito aos indígenas, eles configuram 0,2% das postagens. Os dados são melhores para os asiáticos, indicados como a “única minoría super representada”: são 3,3% nas ações e 2% na população. Nesse sentido, a luz é dada à Ponto, Unilever, Prime Video, Next e Embratel. Mostrando o etarismo, 1,9% das publicações são com pessoas idosas, sendo sobressalentes no setor farmacêutico.
Apenas 7% das peças monitoradas têm pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ (1 ponto percentual a menos que o último estudo). Uma boa notícia é de que a representação do grupo pôde ser vista durante todo o ano. Anteriormente, ficava restrito a junho, em que é celebrado o Mês do Orgulho. Downy, Close-up, Seda e Engov são as marcas que mais tiveram tal representatividade maior ou igual à população LGBTQIAPN+ do Brasil. Já Unilever e Close-up destacam-se na presença de pessoas trans.
Corpos fora do padrão ainda são uma questão na comunicação. Só 4% aparecem no estudo, sendo este número maior em higiene e beleza, bens de consumo e higiene doméstica. Além disso, o mesmo acontece com pessoas com deficiência: nas peças digitais elas são 0,8%, contra 6,7% da população do Brasil.
Fonte: Meio&Mensagem