Daniel Rodrigues Gonçalves é produtor rural em Uberaba, Minas Gerais, e, com a ajuda da Embrapii e do Sebrae, conseguiu combinar inovação e tecnologia para agregar valor à produção e aumentar os lucros da propriedade. A partir do apoio tecnológico da Unidade Embrapii Soluções Agroalimentares, sediada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM), no ano de 2023 ele criou a empresa Avytá para iniciar o desenvolvimento de uma geleia de pitaya.
O empresário conta que, há cerca de cinco anos, iniciou a produção de pitaya, fruta vendida para mercados de elite. Porém, percebeu que, como produtor rural, não conseguia aproveitar todo o potencial do cultivo. “A pitaya é uma fruta cara, podendo chegar a ser comercializada entre R$ 50 a R$ 100 a unidade em São Paulo. Porém eu recebia no máximo R$ 5 para cada fruta vendida. Então tive a ideia de fabricar a geleia e procurei pela Unidade Embrapii que me apresentou o modelo de contratação e a parceria com o Sebrae”, conta.
A geleia de pitaya é considerada um produto de fabricação desafiadora pelas características da fruta, sendo que os pesquisadores precisaram desenvolver todo o processo de processamento da fruta e criação do produto. Dessa forma, um dos maiores desafios encarados pela Unidade Embrapii IFTM foi conseguir manter o gosto da pitaya na geleia, uma vez que a fruta tem sabor muito suave. Além disso, a equipe desenvolveu, além da geleia tradicional de pitaya, as versões diet e com pimenta.
“Também cuidamos para que o produto tivesse uma boa apresentação, com coloração muito bonita, e fizemos toda a identidade visual da empresa, com criação da marca e dos rótulos. A intenção é colocar no mercado um produto de alta qualidade”, destaca o empresário.
O projeto recebeu investimento de R$ 89 mil no total, sendo que a empresa foi beneficiada pelo modelo de contratação prevista na parceria entre a Embrapii e o Sebrae, que reduz sensivelmente a porcentagem de investimento feito pelos pequenos empresários. Neste caso, 33% do valor do projeto foi aportado pela Embrapii, 28,47% pelo Sebrae e 26,33% pela Unidade Embrapii IFTM, ficando apenas 12,2% a cargo da empresa contratante.
“Sem o apoio da Embrapii e do Sebrae, ficaria inviável o desenvolvimento do produto, especialmente com a qualidade que estamos trabalhando. Eu não teria fôlego financeiro para alocar tantos recursos e, se fosse investir sozinho, com certeza iria produzir uma geleia mais barata. Não seria uma geleia gourmet. A Embrapii e o Sebrae me possibilitaram o desenvolvimento de um produto refinado, que terá valor de fato”.
O projeto encontra-se em fase final, sendo que a geleia passa atualmente pelos testes de estabilidade em laboratório. A expectativa é de que a partir de junho os trabalhos sejam concluídos para que, sem seguida, a geleia possa ser comercializada. A expectativa de Daniel Gonçalves é destinar toda a produção da propriedade para a fabricação do novo produto, de forma que não venda mais o fruto e possa aumentar o faturamento do negócio.