É inegável que Florianópolis encanta não só pelas suas belezas naturais, mas também pelo seu patrimônio histórico. Quem não gosta de passear pela Praça XV, Mercado Público, Santo Antônio ou Ribeirão?
Porém, tal direito de ir e vir nestes locais é mitigado quando se tem uma deficiência. É fato que os locais históricos de Floripa não possuem acessibilidade adequada para receber este tipo de público.
Temos hoje diversas diretrizes do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – sobre a possibilidade de aliar patrimônio histórico e acessibilidade para PCDs e que não são atendidas em Florianópolis.
Há diversos exemplos internacionais em que esses dois fatores convivem em harmonia, como em Roma, onde há elevador no Coliseu, plataforma elevatória na Capela Sistina e rampa móvel no Panteão.
É possível, portanto, manter as lajotas históricas da Praça XV, sem que isso obste a vivência da cidade pelas PCDs, já que não há impeditivo para um rebaixamento de calçada ou até mesmo que se faça na estrada um trilho de concreto ou de lajotas mais niveladas.
Passou da hora dos nossos monumentos e ruas históricos serem vivenciados por todas as pessoas. Cada local deve ser analisado e elaborado um projeto específico de acessibilidade universal, não há mais espaço para a desculpa de que tal casarão é tombado e não pode ser reformado para estar acessível a todos.
Eu tenho um sonho: poder circular com autonomia e independência pelas ruas e bairros históricos da minha cidade.
- Ana Paula Koch de Bona é graduada em Direito, PCD e escreve quinzenalmente sobre a utopia do possível, a ideia de uma cidade inclusiva e acessível para todas e todos