Brincalhão e curioso, o lobo-guará adotado como um cachorro doméstico no estado de Minas Gerais e, posteriormente resgatado pelos órgãos ambientais, desfruta de um ambiente e uma rotina ideais para a sua espécie. Quase um ano depois de chegar ao Bioparque Zoo Pomerode, referência no acolhimento de animais que passam por situação de risco, ele se desenvolve de forma saudável e está em ótimo estado de saúde.
“Já está adaptado ao habitat, à rotina e à fêmea que divide o recinto com ele. Já observamos diversas vezes eles interagindo de forma positiva”, afirma Geórgia Backes, Bióloga do Bioparque Zoo Pomerode. A equipe estima que ele tenha completado seu primeiro ano de vida em agosto de 2023. “Ele ainda não pode ser considerado um adulto. O macho dessa espécie atinge a maturidade sexual com cerca de dois anos”, explica.
Além de viver em um habitat ideal para o seu desenvolvimento e interagir com outra da sua espécie, o lobo-guará conta com uma alimentação essencial para o seu crescimento saudável. “Ele é um animal onívoro, então ofertamos três vezes ao dia carne vermelha, frango, ovo cozido, ração, maçã, manga, banana e mamão”. O lobinho também conta com diversas atividades de interação, chamadas de enriquecimento, onde recebe objetos, caixas e materiais com diferentes texturas e odores, que o fazem estimular seus instintos. Ele também participa do programa de condicionamento, que trabalha técnicas para que o animal coopere com ações de medicina preventiva, através de reforços positivos.
Relembre a história
Dócil e parecido com um filhotinho de cachorro, o lobo-guará foi encontrado sozinho, em uma rua de Monte Santo de Minas (MG). A família ficou encantada com o fofo animalzinho e o adotou. A convivência durou quatro meses, mas ele cresceu e as características físicas predominantes do lobo-guará apareceram. “Como ele foi criado sob cuidados humanos desde muito jovem, ele se adaptou a esses cuidados, tornando arriscado seu retorno para a natureza por não saber como se defender e buscar alimento”, explica a bióloga. Como no Brasil não é permitido manter animais silvestres como pets, em novembro de 2022, ele foi resgatado pelos órgãos ambientais e acolhido pelo Bioparque, que há 91 anos é modelo nacional no tratamento de espécies ameaçadas.