O governador João Azevêdo, ao lado do ministro do Empreendedorismo, Márcio França, abriu oficialmente, no início da noite desta sexta-feira (12), em João Pessoa, a 37ª edição do Salão do Artesanato Paraibano, que tem como tema “Quilombo, Arte à Flor da Pele”.
Laboratório do Artesanato
Na ocasião, João Azevêdo e Márcio França assinaram um convênio para a construção do Laboratório Técnico de Artesanato Competitivo, para fortalecer ainda mais o segmento no Estado, buscando qualificar os artesãos para a produção, comercialização e gestão da produção artesanal.
Em uma megaestrutura montada no estacionamento do Hotel Tambaú — mais de 5,5 mil metros quadrados —, o evento será realizado até 4 de fevereiro, todos os dias da semana, das 15h às 22h, numa parceria com o Sebrae-PB.
Público recorde e 600 expositores
A estimativa da gestão do Programa do Artesanato Paraibano (PAP) é que o número de pessoas, nos 23 dias de realização do Salão, chegue a um público de aproximadamente 150 mil visitantes, gerando uma arrecadação entre vendas e encomendas em torno de R$ 3 milhões. Cerca de 600 expositores participam do evento, tornando possível o contato de paraibanos e turistas com o que há de mais autêntico no artesanato paraibano.
O governador João Azevêdo, ao avaliar fatores como localização e estrutura, afirmou que este será o maior Salão do Artesanato Paraibano.
“Eu não tenho dúvida de que este Salão será o maior da história da Paraíba, com uma movimentação em termos de negócios gerados acima de R$ 3 milhões. Eu sempre digo que o artesanato, por mais importante que seja, por mostrar nossa cultura, por mostrar nossa arte, tem de ser tratado como um segmento econômico que gera emprego, que gera renda e que sustenta muitas famílias”, afirmou.
Visibilidade Quilombola
“Mais uma vez, o artesanato paraibano dá uma demonstração de muita força, mas também de muito respeito, com homenagem a diversos segmentos, mostrando que na Paraíba não existem segmentos invisíveis”, prosseguiu João Azevêdo, em referência à homenagem às comunidades quilombolas.
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França, enalteceu a qualidade do artesanato paraibano e destacou a importância de o Governo da Paraíba realizar o Salão do Artesanato.
“A Paraíba tem se destacado pela qualidade do artesanato e pelas políticas públicas que tem adotado em prol do artesão, pelo modo como tem tratado esse segmento. É por isso que eu estou aqui para demonstrar a importância que o Governo Federal dá ao artesanato paraibano”, destacou.
A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, convidou a população da Paraíba e turistas a prestigiar o artesanato paraibano.
“Os nossos artesãos e artesãs se preparam dia e noite para esse grande momento — o contato com o público. Temos um artesanato genuíno, com reconhecimento internacional, e eu não tenho dúvidas de que, com a qualidade do nosso artesanato mais estas condições que foram dadas, localização privilegiada e uma megaestrutura inédita, teremos o maior Salão que a Paraíba já viu”, observou.
O superintendente do Sebrae-PB, Luiz Alberto Amorim, ressaltou que o Salão do Artesanato Paraibano, ao chegar a sua 37ª edição, mostra a conexão com a atividade artesanal. “Isso mostra que o Salão consegue se conectar com aquilo que é a origem da atividade artesanal”, disse, lembrando a inclusão das minorias que o Salão tem feito, com a homenagem aos povos originários, em sua 35ª edição, e agora, com a homenagem às comunidades quilombolas.
Culto à ancestralidade — O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, em 1888. No entanto, a existência de quilombos como espaço de desenvolvimento e resistência era registrada desde 1580, com o surgimento do Quilombo dos Palmares, um dos mais conhecidos da história. Na Paraíba, são 46 comunidades quilombolas com certificação, espalhadas por 25 municípios, entre os quais Santa Luzia, no Sertão, e Serra Branca, no Cariri.
O artesanato quilombola é uma expressão da cultura, da ancestralidade e da identidade dessas comunidades, símbolo de resistência e de valor humanitário inestimável. Autênticas obras de arte, toda a produção artesanal é feita de materiais naturais, tradicionais e afetivos, refletindo as crenças e os valores dos quilombolas.
37° Salão do Artesanato Paraibano
Período: 12 de janeiro a 4 de fevereiro
Horário: 15h às 22h (todos os dias da semana)
Entrada: gratuita (mas organização pede que seja levado 1 kg de alimento não perecível)
Endereço: Almirante Tamandaré, 229 (Tambaú)