Cursos de marketing e redes sociais, desenvolvimento de marca publicitária coletiva e criação de vitrine cultural são ações previstas para serem realizadas junto a comunidades detentoras do Patrimônio Cultural brasileiro até 2026.
As atividades fazem parte de convênio de cooperação técnica firmado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em parceria com comunidades detentoras de bens registrados, Iphan e Sebrae publicaram revista digital que reúne ações voltadas para capacitação e apoio à comercialização de produtos e serviços associadas ao Patrimônio Cultural.
A iniciativa é voltada para detentores que são proprietários de pequenos negócios, propondo capacitação para esses profissionais na promoção da cultura, economia criativa e empreendedorismo social e cultural, assim como a gestão de espaços culturais. Para isso, o primeiro passo foi realizar um diagnóstico de produtos e serviços associados aos bens registrados. Durante o segundo semestre do ano passado, as equipes das superintendências do Iphan enviaram um formulário digital para os detentores que, em alguns casos, tiveram apoio presencial por meio de entrevistas, já que alguns não dispunham de acesso à internet.
“A publicação da revista eletrônica é fundamental para divulgarmos os resultados deste diagnóstico de necessidades realizado junto aos detentores, que vai orientar a promoção de ações conjuntas entre o Iphan e o Sebrae para o fortalecimento da economia criativa ligada ao patrimônio imaterial nos próximos anos”, avaliou o coordenador de apoio à promoção e à sustentabilidade do Iphan, Rafael Klein.
Bens imateriais
Em junho deste ano, o presidente do Sebrae, Décio Lima, e o presidente do Iphan, Leandro Grass, reforçaram a parceria entre as duas entidades para levar capacitação, promoção e apoio à comercialização desse público. A coordenadora de Economia Criativa do Sebrae, Denise Marques, destaca a importância da capacitação das comunidades detentoras do Patrimônio Cultural brasileiro. “Pretende-se com as capacitações que os detentores possam escolher a melhor trilha para seu caminho empreendedor. Aqueles que já são formalizados podem adquirir os conteúdos sobre gestão e mercado digital e aqueles que ainda não são formalizados, que representa um universo de 50% dos detentores, o conhecimento sobre os benefícios do MEI irá deixá-los mais preparados para se tornarem pequenos negócios e alcançarem mais resultados no mercado”, disse.
Atualmente, o Brasil conta com 52 bens imateriais registrados. Eles se caracterizam-se pelas práticas e domínios da vida social apropriados por indivíduos e grupos sociais como importantes elementos de sua identidade e são transmitidos de geração em geração. Dessa forma, contribuem para promoção do respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. Alguns exemplos de bens culturais imateriais são a capoeira, o acarajé, o repente, o cordel, o samba de roda e a pesca artesanal com a ajuda de botos em Santa Catarina (foto).