O produto, apresentado como um auxiliar para jornalistas, foi demonstrado para executivos do The New York Times, The Washington Post e News Corp, que é dono do The Wall Street Journal.
A empresa Google está estudando o uso de ferramentas de inteligência artificial para escrever artigos de notícias. Segundo a informação divulgada nesta quarta-feira (19), o Google está em contato com organizações de notícias para acelerar esta ferramenta e auxiliar jornalistas.
O porta-voz da empresa não divulgou qual seria o veículo de imprensa que estaria auxiliando a empresa neste projeto. Contudo, o New York Times afirmou que o Google mantém discussões com o Washington Post.
“Essas ferramentas não se destinam e não podem substituir o papel essencial que os jornalistas têm na reportagem, criação e verificação de fatos de seus artigos”, afirmou o porta-voz do Google, antecipando cenário de polêmica no museu de novidades em que o jornalistas convivem e que envolve a precarização do trabalho e a desinformação. As novas ferramentas de linguagem que produzem textos e conversas extremamente complexas, irão tomar o lugar ou extinguir a profissão de jornalista?
Profissão: Pejota
Não é de hoje que os jornalistas brasileiros convivem com as agruras legitimadas pela reforma trabalhista e que alteraram a dinâmica do modo de trabalhar e o vínculo com quem paga pelo trabalho. A pjotização é uma realidade nua e crua, quando jornalista precisa abrir um CNPJ para prestar serviço diário de forma pessoal, não eventual, em troca de remuneração e sem direitos consagrados na CLT.
As redações cada vez mais enxutas em função das demissões em massa nas melhores casas do ramo, reproduzem no quadro de profissionais cada vez mais reduzido a ideia de que o jornalista moderno é o faz tudo, o multimídia que domina canais, linguagens e as pautas de economia, ciência e polícia com a desenvoltura de um tiktoker dancer.
O mercado multimídia é pai da superficialidade, que por sua vez é mãe da desinformação, o fenômeno responsável em grande medida pela degeneração da política, dos direitos humanos e do convívio social entre familiares e amigos. Checar as informações leva tempo e ainda corre o risco de mudar completamente o entendimento que deu origem a uma chamada sensacionalista, do tipo que gera views, engajamento e alguma grana.
Portanto, o medo de que a IA ocupe o lugar do jornalista não parece ser um problema de novo tipo.