Nesta quarta-feira, 11, aqueles que abrirem o buscador do Google poderão se deparar com uma ilustração em homenagem ao Cartola, um importante e consagrado músico brasileiro. Mas afinal, quem é esse homem, que completaria 115 anos hoje, e sua história?
Nascido no dia 11 de outubro de 1908 no charmoso bairro de Catete, na zona sul do Rio de Janeiro, Angenor de Oliveira — nome de batismo de Cartola — se consagrou como um dos maiores compositores e sambistas da história da música brasileira. Seu fascínio pela música, porém, começou ainda jovem, quando aprendeu a tocar o violão e o cavaquinho de seu pai, Sebastião Joaquim de Oliveira, e logo se apaixonou pelo samba e Carnaval.
O começo de sua vida, porém, foi marcado por uma origem bastante simples e grandes desafios financeiros, e por isso Agenor ainda jovem trabalhou como pintor e pedreiro. Foi assim que recebeu o famoso apelido, que o acompanharia pelo resto de sua vida, em referência ao chapéu que usava para proteger o cabelo da argamassa: Cartola.
Acarreira musical de Cartola começou ainda quando ele tinha 17 anos, época em que já compunha sambas e se apresentava em diversos bares locais — por vezes, inclusive, acompanhado por Carlos Cachaça, que foi seu amigo e parceiro musical por muito tempo.
Em 1928, Cartola, Cachaça e outros músicos da região fundaram Estação Primeira de Mangueira, uma das mais antigas escolas de samba do Rio de Janeiro, onde Cartola atuou como diretor de harmonia. Com isso, várias de suas composições ficaram famosas, sendo inclusive interpretadas por outros artistas da época.
Após uma pausa em sua carreira, Cartola conheceu aquela que viria a se tornar sua esposa, Zica, com quem administrou o Zicartola, um restaurante e casa de samba que serviu por muito tempo como ponto de encontro para vários cantores e compositores do Rio.
Em 1974, aos 66 anos — e depois de quase 50 anos de uma vida bastante musical —, Cartola lançou o que viria a ser seu primeiro álbum, ‘Cartola’, que resultou em um sucesso praticamente imediato. Nos anos seguintes (em 76, 77 e 79, para ser mais preciso), viriam mais três álbuns, e com eles alguns de seus maiores sucessos, como ‘As Rosas Não Falam’, ‘O Sol Nascerá’, ‘O Mundo é um Moinho’ e ‘Preciso me Encontrar’.
O primeiro show solo de Cartola só ocorreu quando ele tinha 70 anos, e suas apresentações e composições permaneceriam até o fim de sua vida, 30 de novembro de 1980, aos 72 anos. Ele faleceu em decorrência de um câncer na toreoide, mas deixou para todos os brasileiros o forte legado do samba e de suas raízes.