O Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), retrata um aumento dessa população indígena, que já representa 0,83% dos residentes no país, e que é essencial para o desenvolvimento do ecoturismo sustentável no país.
Em todas as regiões, há comunidades abertas à visitação. É o caso da Reserva Indígena Pataxó da Jaqueira situada a apenas 12 km do centro de Porto Seguro (BA). São duas opções de roteiro: visitas com duração de 3 horas ou vivências com pernoites na aldeia. Os preços variam de R 75 a R 475 reais, incluindo degustação ou refeições, segundo a agência que organiza os pacotes em parceria com os indígenas. Entre as atividades programadas estão: caminhada pela Mata Atlântica, demonstração de tipos de armadilhas usadas para captura de pequenos animais; arremesso de arco e flecha; ritual de confraternização com música e dança; e finalmente a degustação de peixe assado na folha de patioba. Nos passeios com pernoites são incluídos banhos de rio, oficinas de artesanato e luau.
Também perto do mar, a Terra Indígena Guarani do Ribeirão Silveira, localizada na praia de Boraceia, em São Sebastião (SP), a cerca de 200 km de São Paulo, é outra opção de lazer associada à cultura. Ali vivem cerca de 550 índios da etnia Guarani Mbya que mantém viva suas tradições por meio de manifestações culturais como a música, a dança, o artesanato e a agricultura de subsistência. “Temos várias opções de trilhas para cachoeira, apresentação de canto e dança, venda de artesanatos, pintura corporal, palestras e comida típica”, conta o cacique Adolfo Timotio, responsável pelo agendamento de visitas. Em comemoração ao Dia do Índio, a Prefeitura de São Sebastião realiza na aldeia, em abril, o Festival da Cultural Indígena do Rio Silveiras.
“O turismo é uma ferramenta direta para a valorização dos saberes do nosso povo e os indígenas são parceiros essenciais na construção desse turismo cada vez mais sustentável e responsável. Outra tendência turística cada vez mais forte é o etnoturismo, que oferece ao visitante a imersão importante na cultura nacional”, explica o ministro do Turismo, Celso Sabino.
Nessa direção, o MTur desenvolve atualmente o Projeto Experiências do Brasil Original, que tem como objetivo fortalecer e fomentar o turismo de base comunitária em territórios indígenas e quilombolas, de forma responsável e sustentável.
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Nos meses de julho e agosto de 2023, a equipe técnica do projeto (composta por membros do MTur e da Universidade Federal Fluminense – UFF) realizaram quatro visitas técnicas, sendo duas no Pará, na Terra Quilombola Laranjitura e África, localizada em Moju, e na Comunidade Indígena Borari em Alter do Chão; uma em Normandia (RR) na Comunidade Indígena Raposa I; e na Comunidade Quilombola Povoado Moinho, em Alto Paraíso (GO).
Os diagnósticos nortearão as próximas ações do Experiências do Brasil Original, que consistirá na capacitação de integrantes dos povos Indígenas e comunidades quilombolas para criação e aprimoramento de experiências turísticas que irão integrar a oferta turística das localidades.
Todas as rotas e territórios escolhidos para integrar o projeto foram selecionados em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a FUNAI e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).
CENSO – Ainda sobre os dados da pesquisa realizada em 2022, a Região Norte se destaca com a concentração de 44,48% da população indígena do país, com 753.357. Já a Região Nordeste reúne 31,22% da população indígena, com 528.800. As duas regiões somam 75,71% da população indígena do Brasil.
Com relação aos territórios, a Terra Indígena Yanomami (AM/RR) tem o maior número de pessoas indígenas (27.152), o equivalente a 4,36% do total em terras indígenas no país. O segundo maior número está na Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), que integra o projeto Experiências do Brasil Original, com 26.176, seguida pela Terra Indígena Évare I (AM), com 20.177.
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