Florianópolis foi o epicentro nacional das discussões sobre sustentabilidade nesta quarta-feira (21), com a realização do ESG Summit Brazil 2024. O evento, no Fuso Concept Hotel, na Praia do Forte, reuniu lideranças do setor para debater o futuro sustentável do Brasil e seu protagonismo na agenda climática global. “Temos o maior número de características para ser referência, temos a maior biodiversidade do planeta, somos um farol para o mundo. Mas, para isso, precisamos agir. Todos que estão aqui acreditam em um país melhor e vamos juntos construir a nova agenda contemporânea do Brasil”, destacou Lucas Martins, CEO WVN Brasil, anfitrião do evento.
O encontro refletiu a posição de Santa Catarina à frente da implementação de práticas ambientais, sociais e de governança no país. “Santa Catarina quer se colocar como faroleiro dessa história”, destacou Edgard Usuy, secretário estadual do Planejamento, ressaltando que a preocupação com a preservação de recursos naturais e o desenvolvimento saudável da população sempre foi uma constante no Estado. “Ainda temos muito o que fazer com relação às práticas ESG, mas, historicamente, é uma atenção que Santa Catarina já tem. Claro que estamos olhando as agendas e pensando no que a gente vai deixar para as próximas gerações de catarinenses”, afirmou.
Com cerca de 7,6 milhões de habitantes, o Estado tem hoje o menor índice de desocupação do Brasil, de apenas 3,2%, e há três anos registra crescimento do PIB acima do índice nacional. Somente em 2023, o aumento foi de 3,7%. Na questão ambiental, o território catarinense tem cerca de 40% da sua área de Mata Atlântica preservada. Todos esses dados impressionam na comparação com outros Estados, mas também evidenciam que há muito a ser feito e ajudam a traçar os caminhos a seguir para um desenvolvimento sustentável. Para exemplificar os movimentos do Estado, Usuy citou a implementação do programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que remunera populações do meio rural que já fazem ações de preservação, o programa Penso Logo Reciclo, realizado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), que capacita os municípios em educação ambiental, e o projeto Universidade Gratuita, que visa formar talentos profissionais dentro do Estado.
As adaptações climáticas também nortearam os debates do dia. Em painel sobre o futuro das cidades, o secretário do Meio Ambiente e Economia Verde de Santa Catarina, Guilherme Dallacosta, citou a publicação Risco Climático e Adaptação para Mesorregião Sul Catarinense, apresentada durante o 1º Seminário Catarinense de Adaptação às Mudanças Climáticas, em julho deste ano. O relatório propõe 84 medidas que podem ser implantadas pelos municípios para diminuir os estragos causados por eventos naturais extremos.
Referência para o mundo
Os painelistas também falaram sobre descarbonização, bioeconomia, construção de políticas públicas, neoindustrialização e transição energética. A conferência abordou estratégias inovadoras para enfrentar os desafios da sustentabilidade, buscando soluções que promovam a economia verde e a adaptação às mudanças climáticas. “O Brasil tem a oportunidade de ser o país líder dessa nova economia, mas tem que haver mudança para não perdê-la. A nossa diversidade, nossa criatividade e nosso estilo de vida inspirador são uma das melhores commodities que podemos levar para o mundo”, destacou Oskar Metsavaht, fundador da Osklen e embaixador da Unesco.
Os diálogos sobre a composição deste novo movimento econômico evidenciaram também os temas diversidade e inclusão, trazendo à luz a importância da formação de equipes múltiplas para se chegar a resultados diferentes, unindo visões diversas de mundo. “A pauta ESG precisa emanar da administração”, afirmou Leandro Camilo, sócio e líder de Diversidade & Inclusão da PwC Brasil, chamando líderes e gestores para que estejam integrados de fato à implementação de novas práticas no mundo corporativo.
A necessidade urgente da implementação de práticas ESG foi reforçada, ainda, pela presença de nomes como Chantal Castro, do Pacto Global da ONU no Brasil; Ian Nunjara, Head de ESG Strategy da MSD Brasil; Durval Portela, partner and Tax Leader PwC; Isabel Sobral, diretora de ESG da FutureBrand São Paulo; Tarcísio Rosa, presidente da Celesc; Ian Lazoski, fundador Impactbank; João Paulo Kleinubing, diretor financeiro do BRDE; e Heloisa Schurmann, líder da Voz dos Oceanos. “Precisamos alcançar juntos um porto seguro onde as próximas gerações herdarão um planeta sustentável. Cada um de nós é fundamental para ajudar a salvar esse planeta água, não existe planeta B. Vamos fazer as mudanças necessárias e garantir um futuro mais sustentável”, finalizou a matriarca da Família Schurmann.