A campeã do desfile das 12 escolas de samba da Liga Especial das Escolas de Samba do Rio (Liesa), será conhecida nesta quarta-feira (5), a partir das 15h, na Cidade do Samba, zona portuária do Rio. Nesse ano, pela primeira vez, o desfile ocorreu em três dias, com quatro escolas se apresentando em cada dia. Antes, o desfile ocorria em dois dias, com seis escolas desfilando por noite.
As notas de 36 jurados que analisarão nove quesitos definirão a escola vencedora do carnaval deste ano. A nota mais baixa de cada jurado será descartada.
Os quesitos em julgamento são os seguintes:
- bateria,
- samba-enredo,
- harmonia, evolução,
- enredo,
- alegorias e adereços,
- fantasias,
- comissão de frente e
- mestre-sala e porta-bandeira.
Regulamento
A ordem da leitura dos quesitos será definida nesta quarta-feira, em reunião que será realizada na sede da Liesa, entre 12h e 13h30. O regulamento da Liesa determina que o tempo de duração do desfile de cada escola de samba será de, no mínimo, 70 minutos e, no máximo, 80 minutos.
Haverá perda de 0,1 (um décimo) de ponto para cada minuto não utilizado em seu desfile, quando este tempo for inferior a 70 (setenta) minutos. Também há perda de 0,1 (um décimo) de ponto para cada minuto excedente, quando o tempo de desfile for superior a 80 (oitenta) minutos.
As seis primeiras colocadas voltam à Marquês de Sapucaí, no próximo sábado (8), no desfile das campeãs. A escola com nota mais baixa será rebaixada e vai desfilar na Série Outro, de acesso, em 2026.
Já a campeã do grupo de acesso sobe e vai desfilar na elite do carnaval carioca no ano que vem.
Favoritas
Grande Rio, Salgueiro, Beija Flor e Imperatriz Leopoldinense despontam como favoritas ao título do carnaval carioca de 2025. Mangueira, Viradouro, Portela e Unidos da Tijuca deverão brigar pelo G6.
A Grande Rio levou para a Sapucaí o enredo Pororocas Parawaras: As águas dos meus encantos nas contas dos Curimbós, assinado pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad e conta uma história que foi transmitida de geração a geração nos terreiros de tambor de Mina da Amazônia paraense. Tudo começa com a chegada de três princesas turcas à Amazônia, em busca de cura. A escolha do enredo ocorreu justamente no ano da realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, no Pará.

A apresentação começou pela lenda do naufrágio do navio das três princesas turcas, passando pelos encantados da floresta, a magia Parawara, o tambor de mina, e terminando em uma grande festa, celebrando o carimbó e a cultura do Pará.
O samba-enredo, com dois refrões muito fortes e uma melodia envolvente, tem assinatura de mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes.
“Ô luar, ô luar Vem pratear a nossa rua A semente da fartura semear Virar o mundo de bumbum pra lua“
O Salgueiro levou para a Sapucaí histórias e simbologias ligadas à cultura do fechamento do corpo.
A ideia presente no enredo tratou de entender como os seres humanos se relacionam com a busca por proteção espiritual. A agremiação lembrou benzedeiras, malandros batuqueiros e pombas-giras.
Além do poderio visual, o Salgueiro veio com a força e o peso de costume graças à bateria Furiosa. Com os mestres Guilherme e Gustavo como comandantes e Viviane Araújo como rainha, a bateria deu andamento envolvente ao samba-enredo quente, que sentencia:
“Meu terreiro é a casa da mandinga/ Quem se mete com o Salgueiro acerta as contas na curimba”.
A vermelho e branco fez uma evolução correta na avenida e a comissão de frente agradou o público.
A Beija Flor de Nilópolis veio para a avenida sabendo que iria arrebatar o público com seu belíssimo samba enredo, vencedor do estandarte de ouro, premiação oferecida pelos jornais O Globo e Extra.
Foi um desfile de pura emoção, a começar pela homenagem ao eterno diretor de carnaval da escola, Laíla. Trazendo belíssimas alegorias, com ótimo acabamento, a Beija Flor botou o público para cantar efusivamente o samba enredo.
“Da casa de Ogum, Xangô me guia Da casa de Ogum, Xangô me guia Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor Terreiro de Laíla meu griô“
Já a Imperatriz Leopoldinente, escola que levou o troféu Estandarte de Ouro, acertou em cada detalhe técnico o seu desfile sobre o reino de Oxalá, o pai de todos os Orixás das religiões de matriz africana, que decidiu sair de seu trono para ir ao reino de Oyó visitar Xangô, o Senhor da Justiça.
O samba enredo foi valorizado pela ala musical da escola e a bateria fez a sua parte. A escola evoluiu graciosamente pela avenida e o acabamento das alegorias e fantasias foram dignos de registro. É favorita!