O Brasil continua a ser uma das nações mais reconhecidas e culturalmente influentes do mundo, ocupando a 31ª posição na última edição do Índice Global de Soft Power por Brand Finance.
A Brand Finance publica o Global Soft Power Index com base em uma pesquisa com mais de 170.000 entrevistados de mais de 100 países para reunir dados sobre percepções globais de todos os 193 estados-membros das Nações Unidas. Graças ao escopo da pesquisa, o Index é o estudo mais abrangente do mundo sobre percepções de marcas nacionais, fornecendo uma análise aprofundada do status evolutivo do Soft Power à medida que as nações navegam por mudanças e desafios globais significativos.
O que é o Soft Power
Soft Power é definido como a capacidade de uma nação de influenciar as preferências e comportamentos de vários atores na arena internacional (estados, empresas, comunidades, públicos, etc.) através da atração ou persuasão, em vez de coerção. Cada nação é pontuada em 55 métricas diferentes para chegar a uma pontuação geral de 100 e classificada em ordem de 1º a 193º.
Brasil é potência no esporte e cultura
A reputação do Brasil como uma potência esportiva é inegável, liderando o ranking global de “líderes no esporte”, em grande parte graças ao seu legado duradouro no futebol, jogadores de classe mundial e grandes torneios internacionais.
Além do esporte, o Brasil continua sendo uma potência cultural, ocupando a 15ª posição no pilar Cultura e Patrimônio. Eventos icônicos como o Carnaval, o alcance global crescente dos gêneros musicais brasileiros e uma forte indústria do turismo aumentam seu apelo internacional. Seu povo também é amplamente celebrado, com o Brasil sendo reconhecido como o lar das pessoas mais “divertidas” do mundo e ocupando a 9ª posição por ser percebido como “amigável”.
No entanto, os desafios de governança continuam a segurar o Soft Power do Brasil. A nação está em 76º lugar em Governança, com percepções particularmente baixas para ‘altos padrões éticos e baixa corrupção’ (133º globalmente) e ‘seguro e protegido’ (152º globalmente). A instabilidade política persistente, juntamente com preocupações sobre crime e transparência, continuam sendo obstáculos para fortalecer a confiança e a credibilidade internacionais.
Eduardo Chaves, Diretor Geral, Brand Finance, Brasil, comentou:
“A influência cultural e esportiva do Brasil é inegável, moldando percepções globais por meio do futebol, música e festivais que capturam a imaginação do mundo. Nosso calor e vibração continuam a fazer do Brasil uma das nações mais reconhecidas e admiradas. No entanto, à medida que buscamos fortalecer nossa posição global, os desafios em torno da governança e da segurança continuam sendo áreas para melhoria. A oportunidade à frente está em reforçar a confiança e a estabilidade, ao mesmo tempo em que continuamos a aproveitar os pontos fortes culturais que tornam o Brasil tão influente no cenário mundial.”
Cai reputação dos Estados Unidos
Os Estados Unidos mantêm sua posição no topo do ranking com 79,5 pontos em 100 possíveis. Mais uma vez, lidera nos Indicadores-chave de desempenho (KPIs) de familiaridade e influência, três dos oito pilares do Soft Power, e está em primeiro lugar em 12 dos 35 atributos de marca nacional. Ao mesmo tempo, a reputação dos EUA foi atingida, caindo quatro posições para a 15ª posição globalmente, e a governança, um pilar fundamental que sustenta a reputação de uma nação, revelou um declínio notável de quatro posições para a 10ª, provavelmente devido a tensões políticas internas e à natureza polarizadora da campanha presidencial, que estava em andamento durante o período da votação.
China avança
Pela primeira vez, a China ultrapassou o Reino Unido e ficou em 2º lugar com uma pontuação de 72,8 em 100 — sua posição mais alta de todos os tempos. Desde 2024, a China registrou crescimento estatisticamente significativo em seis dos oito pilares do Soft Power e em dois terços dos atributos medidos, decorrentes de esforços estratégicos, incluindo projetos do Cinturão e Rota, um foco maior na sustentabilidade, marcas nacionais mais fortes e reabertura pós-pandemia para visitantes.