A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda informou que está fazendo sua primeira emissão de título sustentável em dólares no mercado internacional. De acordo com o comunicado divulgado nesta segunda-feira (13/11), a emissão será realizada com um benchmark (ponto de referência) de 7 anos, com vencimento em 2031.
Segundo nota do Tesouro, “o objetivo da operação é reafirmar o compromisso do Brasil com políticas sustentáveis, convergindo com o crescente interesse de investidores não residentes e com a expansão do mercado de títulos temáticos no mundo”.
A operação será liderada pelos bancos Itaú BBA, J.P. Morgan e Santander.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o resultado é bastante expressivo.
“É a primeira vez que o Brasil emite esse tipo de título. A taxa conseguida foi de 6,5 % ao ano. Isso significa um spread implícito de 180 pontos. E por que isso é relevante? Porque esse é o spread pago, em geral, para países com grau de investimento. Então é um dado relevante, porque o mercado internacional reconhece o Brasil como um país com grau de investimento”, afirmou Haddad.
De acordo com o Governo, a emissão reforça o papel importante da dívida externa em termos de alongamento de prazo, diversificação de indexadores e da base de investidores. Adicionalmente, corrobora o papel da Dívida Pública Federal externa de promover referência para o setor corporativo, razão pela qual o Tesouro Nacional escolheu um benchmark de 7 anos, onde se concentram as emissões privadas.
INTERESSE DE INVESTIDORES – A primeira emissão de títulos sustentáveis do Tesouro Nacional atraiu um interesse significativo de investidores. A demanda superou largamente o volume emitido, segundo o Tesouro. A alocação final contou com expressiva participação investidores não residentes, sendo cerca de 75% oriundos da Europa e da América do Norte, com a América Latina, incluindo o Brasil, respondendo por 25%. A emissão foi majoritariamente absorvida por investidores de longo prazo, com gestores de ativos adquirindo cerca de 60% dos títulos, e contou com expressiva demanda de contas ESG, participantes do non-deal road show realizado pelo Brasil no início de setembro de 2023.
A ideia é que “o montante equivalente aos recursos captados em ações que impulsionem a sustentabilidade contribuam para a mitigação de mudanças climáticas”, diz o comunicado do Tesouro.