A China é o maior parceiro comercial do Brasil pelo 13º ano consecutivo, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No ano passado, as trocas comerciais entre os dois países alcançaram níveis recordes, a soma das importações e exportações atingiu US$ 150 bilhões. Além disso, nesta semana os países deram adeus ao dólar e um grande passo nas relações comerciais: foi concretizada a primeira transação comercial utilizando somente moedas dos dois países: o real e o renminbi – também chamado de yuan.
Segundo Rodrigo Giraldelli, especialista em importação e nas relações comerciais China/Brasil, os importadores e exportadores brasileiros agora poderão fechar o câmbio diretamente convertendo de reais para a moeda chinesa, podem adquirir benefícios em dois aspectos. “Quem transaciona esse dinheiro cobra uma taxa para fazer isso e um percentual em cima da transação financeira. São basicamente duas transações financeiras, as duas com uma cobrança de taxa e de percentual, o que encarece a transação. Fechando de reais para yuan, o importador terá apenas uma transação, o que deve baratear a operação”, explica o especialista.
A primeira transação entre os governos ocorreu com uma remessa de 43 contentores de celulose exportada para a China pela empresa Eldorado Brasil em 25 de agosto. No entanto, a conversão direta de moeda chinesa para brasileira foi concluída nesta semana, com os fundos se tornando disponíveis para a empresa em 29 de setembro. O produto partiu do Porto de Santos com destino ao Porto de Qingdao, na China. No mês subsequente, o Banco da China no Brasil (BOC Brasil) – que facilitou todo o processo – recebeu uma carta de crédito em moeda chinesa emitida pelo importador.
Ainda de acordo com a pesquisa realizada pelo MDIC, entre os 27 estados brasileiros, 14 tiveram o país asiático como seu principal destino de envios de produtos. Para o especialista em importação, Rodrigo Giraldelli, a tendência é que esse número aumente ainda mais em 2023. “Os produtos são produzidos em massa, por isso são mais baratos e isso naturalmente aumento o consumo dos brasileiros. Além disso, a China tem feito produtos cada vez melhores. Outro ponto é que houve investimento em infraestrutura necessária para aumentar a produtividade”.
Simultaneamente, houve aumento de importação de produtos da China em comparação com o que era antes da pandemia. Os itens chineses são as principais compras de fora do país para o maior número de Estados. “No caso das exportações, o principal destino para Estados brasileiros é a China. Também era antes. Portanto, a mudança que houve foi favorável ao país asiático”, argumenta o CEO da China Gate.
Sobre Rodrigo Giraldelli, da China Gate: @rodrigogiraldelli
Formado em Administração de Empresas e Economia, o paranaense Rodrigo Giraldelli é um dos pioneiros na importação de produtos da China para o Brasil. CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria e educação sobre importação, Rodrigo auxilia comerciantes que desejam ampliar sua margem de lucro com produtos do país asiático. Além da consultoria, Rodrigo também ministra cursos on-line para ensinar empreendedores sobre o ofício. Com profundo conhecimento em marketing digital, Giraldelli publica, semanalmente, conteúdos nas redes sociais (@chinagatebrasil) e em seu canal do Youtube sobre importação.