Improvisar, adaptar e encontrar soluções fáceis e criativas para resolver pequenos problemas, isso é a ciência da gambiarra, ou melhor, “Gambiologia” que dá também o nome a um grupo de artistas de Belo Horizonte, o Coletivo Gambiologia.
O grupo chegou a Belém dia 13 deste mês e com apoio da Prefeitura Municipal realiza programação artística, cultural e educativa para crianças em idade escolar entre 7 e 12 anos, por meio de oficinas em escolas públicas do município e para o público em geral, com a visitação ao micro-ônibus expositivo Hacklab Volante.
Reaproveitar e reinventar
O projeto trabalha também, para desmistificar o uso da gambiarra, que com pouco recurso, utilizando materiais eletrônicos que muitas vezes são jogados no lixo, um pouco de inspiração e criatividade, se pode criar e reinventar.
“É um projeto que incentiva os alunos à arte e a invenção e, ao mesmo tempo, mostrar que a tecnologia é um processo de criação e não somente consumo e que a gambiarra nesse processo tem muita importância”, explica Fred Paulino, coordenador do Coletivo Gambiologia.
Atração para estudantes
Nesta quarta-feira, 22, o ônibus do projeto, o “Hacklab volante”, que é a junção das palavras hacker e laboratório, visitou a praça da República, ao lado do Teatro da Paz.
Vários estudantes da rede municipal foram conhecer o veículo, que é uma galeria de arte itinerante e interativa, que expõe peças feitas por artistas mineiros.
Os artistas utilizaram equipamentos, que normalmente seriam descartados no lixo, como telefone analógico quebrado, peças de videogames antigos, alto-falantes de rádios, entre outros materiais.
Uma das atrações do Hacker volante é o “menor cinema do mundo”, uma cabine de exibição que comporta duas pessoas, além de uma versão do jogo eletrônico de memória Genius, muito popular na década de 1980.
O que chamou a atenção das crianças foi a máquina de hipnose feita com uma Tv, e a máquina de raio-x, onde o estudante pode montar o seu corpo com peças feitas de pano e tirar fotos com imagens distorcidas.
Experimentar – O secretário municipal de Educação em exercício, Laurimar Farias, acredita que a visita do Gambiologia abre a oportunidade dos alunos da rede municipal experimentarem o novo.
“O Gambiologia é um projeto importante porque traz a possibilidade dos nossos estudantes experimentarem novidades e tecnologia a partir da sua história, de aprender construindo, isso é fundamental para despertar nas crianças a criatividade”, expressou Laurimar Farias.
No anexo da Escola Municipal Honorato Figueiras, no Jurunas, o Gambiologia realizou a oficina de eletrônica com a montagem de um chaveiro de led em forma de ônibus.
Durante a aula, os estudantes do 4º ano aprenderam sobre eletricidade e a função de cada peça que compõe o chaveiro de led, da bateria ao botão de ligar e desligar.
Para a aluna Katy Souza, 9 anos, que participou da oficina, foi muito interessante aprender sobre eletricidade.
” Eu achei a oficina muito legal e interessante, porque a gente não sabia nada sobre essas coisas de eletricidade, de positivo e negativo, de led RGB e agora eu já sei”, comentou.
O Coletivo Gambiologia é um projeto originário de Belo Horizonte, que desde 2008 propõe iniciativas que exploram peculiaridades da cultura brasileira no contexto eletrônico, especialmente relacionadas à tradição da “gambiarra”.
Mosqueiro – O projeto vai ficar em Belém até a sexta, 24, quando retorna para Belo Horizonte. Nesta sexta, a programação será realizada na praça da Vila, em Mosqueiro.