Apesar da escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que elevou para 125% as tarifas sobre produtos chineses, a Apple afirmou que não pretende expandir a produção de iPhones no Brasil.
A empresa monta os modelos 14, 15 e 16 em Jundiaí (SP), por meio da taiwanesa Foxconn, mas a fabricação segue destinada exclusivamente ao mercado brasileiro. Modelos da linha Pro continuam sendo importados.
A Apple declarou que não há planos de ampliar a produção local nem de usar o Brasil como polo de exportação, ainda que o país tenha sido relativamente poupado no tarifaço de Donald Trump, com alíquota de 10%.
Questionada sobre o volume produzido em território nacional, a companhia disse que não divulga números específicos. A Foxconn também não se manifestou.
Nos últimos anos, a Apple tem buscado reduzir a dependência da China, mas o país ainda responde por 80% da produção de iPhones e iPads, segundo a consultoria Evercore ISI.
A Índia passou a produzir entre 10% e 15% dos iPhones, e o Vietnã é responsável por boa parte dos iPads e quase todos os dispositivos vestíveis, como Apple Watch e AirPods.
Mesmo com a pressão do governo norte-americano, analistas afirmam que transferir a montagem para os Estados Unidos encareceria o produto. Segundo o Bank of America, um iPhone feito em solo americano poderia custar até 90% mais, considerando as taxas e os custos trabalhistas locais.
Em fevereiro, a Apple anunciou um investimento de mais de US$ 500 bilhões no país para gerar 20 mil empregos e expandir fábricas já existentes.
Parte dos recursos será destinada à construção de uma nova unidade em Houston, no Texas, voltada para servidores que darão suporte ao Apple Intelligence, sistema de inteligência artificial da empresa. A montagem dos iPhones, porém, continuará fora dos Estados Unidos.