A Academia Brasileira de Cinema anunciou na última segunda-feira,2, os doze longas-metragens aptos a disputarem uma indicação à vaga na categoria Melhor Filme Internacional na premiação. “Ainda Estou Aqui”, ovacionado em Cannes, está entre eles. Fernanda Torres, que chamou a atenção da crítica especializada pela sua atuação no longa de Walter Salles, também pode concorrer na categoria de Melhor Atriz. A decisão final sobre o filme a ser indicado pelo Brasil na próxima edição do Oscar será divulgada no dia 23 de setembro. A decisão final caberá à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que compõe o júri do Oscar.
“Ainda Estou Aqui” é baseado na biografia de Marcelo Rubens Paiva e se passa no Rio de Janeiro na década de 1970, em plena ditadura militar. O longa é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, e traz uma história da ditadura militar brasileira, focando na vida de Eunice Paiva, mãe do escritor. Interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro em diferentes fases da vida, Eunice emerge como uma figura resiliente e inspiradora, enfrentando a perda do marido, o ex-deputado Rubens Paiva, e a própria luta contra o Alzheimer.
O filme se passa em três períodos distintos da vida de Eunice, explorando desde a vida da família Paiva no Rio de Janeiro nos anos 1970 até o impacto do Alzheimer em seus anos finais. A atuação de Fernanda Torres como Eunice jovem e de Fernanda Montenegro em sua velhice foi altamente elogiada, destacando a intensidade e sutileza com que ambas retrataram as diferentes facetas de uma mulher marcada pela dor, mas também pela força, vivendo de memórias e lutando, literalmente, contra o apagamento.
Walter Salles, conhecido por filmes como “Central do Brasil”, traz uma abordagem pessoal ao longa. Desde sua adolescência, Salles teve contato com a família Paiva, o que, na opinião do diretor, tornou o projeto ainda mais íntimo e autêntico.
Ainda Estou Aqui” concorre ao Leão de Ouro no Festival de Veneza. O filme vencedor será anunciado no dia 7 de setembro.