A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) reuniram-se, nesta terça-feira (10), para comemorar conjuntamente o Dia Internacional da Cooperação Sul-Sul. O Brasil, país que é uma referência no tema, foi selecionado para sediar a celebração deste ano.
O evento, organizado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ressaltou a importância das parcerias desenvolvidas entre os países como catalisadoras para unir sinergias, compartilhar conhecimentos, experiências, tecnologias e recursos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 1 (Erradicação da Pobreza), ODS 2 (Fome Zero) e ODS 17 (Parcerias).
Na abertura da comemoração, que tratou do tema “Parceiros globais, ações locais: Fortalecendo a nutrição e a segurança alimentar através da Cooperação Trilateral Sul-Sul”, Mario Lubetkin, Subdiretor-Geral e Representante Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, destacou o papel do Brasil na Cooperação Sul-Sul e Triangular. Segundo ele, essa modalidade de parceria desempenha um papel fundamental no desenvolvimento agrícola global, impulsionando a transformação dos sistemas agroalimentares e respondendo à necessidade de soluções sustentáveis.
“A colaboração entre as agências com sede em Roma é essencial para apoiar os países na redução da fome e da pobreza em nível global. O Brasil tem sido uma força-chave na promoção da cooperação regional na América Latina e no Caribe, fortalecendo laços e fomentando um bloco unificado que representa o Sul Global. Essa liderança é exemplificada pela Aliança contra a Fome e a Pobreza, lançada durante sua presidência do G20, que desempenhou um papel fundamental no combate à insegurança alimentar e no fortalecimento dos esforços regionais para erradicar a fome”, comentou Lubetkin.
Dima Al-Khatib, Diretora do Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul (UNOSSC), também refletiu sobre o notável progresso alcançado por meio desse modelo de cooperação. “Em todo o mundo em desenvolvimento, estamos testemunhando avanços notáveis na construção de resiliência, inovação e colaboração. Esses resultados demonstram que, ao mobilizar a solidariedade internacional e forjar parcerias globais por meio da cooperação Sul-Sul e triangular, podemos acelerar a realização dos ODS.”
A Embaixadora Maria Laura da Rocha, Ministra interina das Relações Exteriores do Brasil, destacou que a Cooperação Sul-Sul brasileira tem gerado resultados concretos graças a práticas que enfatizam a apropriação local das iniciativas de cooperação, o fortalecimento de capacidades no terreno e a promoção de avanços estruturais no desenvolvimento sustentável. “A cooperação Sul-Sul brasileira, em todas as áreas em que opera, é caracterizada pelo diálogo e gestão compartilhada entre os parceiros, com a participação direta e ativa das instituições cooperantes ao longo de todo o processo”, explicou.
A celebração reuniu representantes-chave das Nações Unidas, de instituições do governo brasileiro, e das embaixadas do Quênia e da Guatemala no Brasil, que expressaram sua disposição de fortalecer a participação de seus países em novas iniciativas de Cooperação Sul-Sul. Os participantes refletiram sobre 15 anos de colaboração bem-sucedida entre o Brasil e as agências, e sobre as perspectivas de construir novas parcerias no futuro.
América Latina e Caribe
Na América Latina e no Caribe, a cooperação do Brasil tem sido um ator relevante no impulso da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), que reúne 26 países para fortalecer os programas de alimentação escolar por meio do diálogo e da troca de experiências, promovendo iniciativas resilientes, inclusivas e sustentáveis.
Além disso, com o apoio do Brasil, a FAO ampliou sua atuação na Amazônia, focando na gestão sustentável de recursos e no apoio às populações tradicionais e indígenas, com o respaldo de instituições brasileiras-chave como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Embrapa, sendo crucial para o avanço em políticas e desenvolvimento sustentável.
A colaboração entre o Brasil e as agências serve como um exemplo de como a Cooperação Trilateral Sul-Sul pode criar sinergias que beneficiam tanto a educação quanto a agricultura local, fortalecendo, em última análise, as capacidades nacionais e impulsionando o desenvolvimento sustentável em todo o Sul Global.