O primeiro Complexo Industrial do Café do Acre será construído em Mâncio Lima, a cidade mais ocidental do Brasil. A obra é fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Cooperativa de Produtores de Café dos municípios do Vale do Juruá (Coopercafé). O investimento é de mais de R$ 5,3 milhões.
O lançamento da obra ocorreu no último sábado, 27, em Mâncio Lima, com a assinatura da ordem de serviço. A cerimônia contou com a participação de uma comitiva da ABDI, liderada pela diretora de Economia Sustentável e Industrialização, Perpétua Almeida, e autoridades como o diretor Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), o governador do Estado, Gladson Cameli, o secretário de Estado de Agricultura, José Luís Tchê, o presidente do Sistema da Organização das Cooperativas Brasileiras no Acre (OCB), Valdemiro Rocha, além de prefeitos, deputados, produtores e cooperados da região. Camilo Capeberibe representou o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
O projeto do Complexo Industrial nasceu após visita técnica aos produtores de café do Vale do Juruá a Cacoal, em Rondônia, onde a ABDI trabalhou no auxílio para a obtenção da Indicação Geográfica (IG) Matas de Rondônia e na estruturação do Laboratório de Solos no Instituto Federal de Rondônia.
“A ABDI chega ao Acre para melhorar as boas práticas e fazer com que as famílias que precisam de auxílio do governo e de outras instituições, de fato, recebam esse apoio. Vamos incentivar o desenvolvimento da produção local do café com novas tecnologias, reaproveitamento de áreas degradadas, cooperativismo e trabalho social. Tenho certeza que essa usina vai gerar emprego, renda e contribuir para a melhoria da vida de centenas de famílias”, disse Perpétua Almeida.
De acordo com a Coopercafé, a previsão de colheita do café em 2025 é de 43 mil sacas de 60 quilos. Além de contribuir com o desenvolvimento da cultura do grão na região, a indústria beneficiará inicialmente mais de 100 famílias.
“Hoje é um dia de muito especial para os produtores e produtoras de café de Mâncio Lima, de Cruzeiro do Sul, e dos demais municípios do Vale do Juruá”, disse Jonas Lima, presidente da Coopercafé. “Celebramos a parceria firmada entre a ABDI e a Coopercafé em 2023, que já gerou muitos resultados positivos, como esse que estamos vivenciando aqui. Só temos que agradecer a todos que apoiam a Coopercafé e apostaram no nosso projeto”.
Representante do MDA e presidente da Anater, Camilo Capiberibe, comentou sobre uma possível cooperação de suas instituições com a ABDI e Coopercafé. “Podemos ajudar a melhorar a produção, eficiência e garantir mais comida de qualidade na mesa do povo e mais renda no bolso do agricultor e dos trabalhadores desse complexo industrial que nasce hoje”.
Desenvolvimento e sustentabilidade
O gerente da Unidade de Fomento às Estratégias ASG da ABDI, Rogério de Araújo, destaca que o projeto tem como foco de promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica. “A cultura do café é extremamente importante não só para região, mas para o Brasil. A ABDI veio para conectar as ações sociais, de governança e ambiental, tudo no mesmo local. Nesse sentido, vamos promover a cultura e o beneficiamento do café por meio de fontes de energias renováveis”.
O Complexo impulsionará a economia local e garantir agregação de valor ao café do produzido no Vale do Juruá. “O complexo vai promover o aumento de produtividade, diminuição de restritores de crescimento, trazendo o empoderamento da agricultura familiar. É mais produtividade e mais renda para toda a cadeia produtiva do café da região”, enfatizou o analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Eduardo Tosta.
Nos dias 25 e 26, a comissão da ABDI também visitou produtores nos municípios de Brasiléia e Assis Brasil, região do Alto Acre, onde a cafeicultura tem ganhado cada vez mais espaço dentro da agricultura familiar.
Sobre o Complexo Industrial
A primeira etapa do projeto prevê a construção do galpão, que terá aproximadamente 1.000 m2 de área construída em terreno adquirido pela Coopercafé. A obra terá duração de 90 dias e vai custar R$ 1,7 milhão, recurso destinado pela ABDI que já está na conta da Coopercafé.
A segunda etapa do projeto será a aquisição de equipamentos para a Usina de Beneficiamento do Café, um investimento de R$ 3,5 milhões, que também será realizado pela ABDI ainda em 2024.