A terceira edição do Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) 2023 começa nesta quarta-feira (8) e segue até o dia 12 de novembro, no Hangar Centro de Convenções, em Belém (PA).
Com a programação voltada aos diversos setores das indústrias criativas o evento será realizado pela primeira vez na Amazônia, tendo a Argentina como país convidado de honra.
O evento é uma realização do Ministério da Cultura (MinC), Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), com patrocínio master da Vale e do Instituto Cultural Vale.
“O Mercado é parte central da política pública do Ministério da Cultura e do Governo Federal voltada à promoção de negócios para os setores criativos e à geração de emprego e renda por meio da economia criativa”, afirma a ministra da Cultura, Margareth Menezes, que participa do MICBR.
O objetivo é fomentar e impulsionar o crescimento dos setores criativos, facilitar a circulação de bens e serviços culturais, estimular a internacionalização da produção cultural nacional e promover a profissionalização dos agentes culturais brasileiros.
Além disso, o Mercado reúne empresas, criadores e empreendedores de 15 setores: Áreas Técnicas, Artesanato, Artes Visuais, Audiovisual & Animação, Circo, Dança, Design, Editorial, Gastronomia, Hip Hop, Jogos Eletrônicos, Música, Moda, Museus & Patrimônio e Teatro.
Rodadas de Negócios
Nos dias 9, 10 e 11 de novembro, sempre pela manhã, terão lugar as rodadas de negócios, que são reuniões pré-agendadas com duração de até 25 minutos, nas quais as empresas, empreendedores e profissionais terão a oportunidade de se encontrar e estabelecer conexões comerciais com importantes players do mercado nacional e internacional.
As rodadas de negócios oportunizam o networking e a colaboração para impulsionar o crescimento dos negócios.
Espetáculos musicais
Na abertura do MICBR, no dia 8/11, a partir das 19h, haverá um espetáculo inédito, criado especialmente para o evento.
O grupo Suraras do Tapajós fará uma performance musical e, em seguida, sobem ao palco Manoel Cordeiro, Djuena Tikuna, Aíla, Gang do Eletro, Dj Méury, Victor Xamã, Patrícia Bastos e UAPI Amazônia Percussiva, que farão um resgate da música ancestral amazônica, do carimbó a guitarrada,
Palestras Magnas
As palestras magnas, apresentadas pelo Instituto Cultural Vale e Vale, trarão para o Palco Amazônia Futurista artistas, profissionais criativos e especialistas de renome no cenário nacional que debaterão temas da atualidade, com um olhar diverso e original.
No dia 09 de novembro, às 17h, o tema será “Diversidade e Inclusão na Economia Criativa Brasileira – Desafios e Avanços”, com Larissa Luz (cantora e apresentadora), Ketty Valencio (Livraria Africanidades), Adriana Barbosa (Feira Preta e @Pretahub), e Val Sawré (Associação de Mulheres Indígenas – Alto Tapajós).
No dia 10/11, no mesmo horário, “Amazônias, Tecnologias e Juventude: O Futuro que Queremos”, com Hugo Barreto (Diretor-Presidente do Instituto Cultural Vale), Ad Junior (influenciador Digital), Graciela Guarani (produtora cultural), Daniel Munduruku (escritor indígena), e Sérgio de Carvalho (cineasta, diretor de Noites Alienígenas).
E, encerrando o espaço, no dia 11/11, o tema será “Voz da Mudança: Música Parcialmente Brasileira x Música Popular Brasileira. O que é MPB?”, com James Martins (jornalista, poeta, especialista em música), Felipe Cordeiro (artista musical) e Djuena Tikuna (cantora, jornalista e ativista), e Jonathan Ferr (artista musical).
A apresentação será realizada pela multiempresária nas áreas de Moda e Comunicação, Ana Paula Xongani. Todas as palestras são abertas ao público, terão duração de uma hora, com participação garantida por ordem de chegada e sujeita a lotação.
Painéis e Oficinas
A extensa programação do MICBR ainda reúne 89 painéis e oficinas, apresentados pela Vale e pelo Instituto Cultural Vale, que acontecerão no Hangar, nos dias 9, 10 e 11 de novembro, sempre a partir de 10h, com entrada gratuita, por ordem de chegada e sem necessidade de inscrição prévia.
As atividades formativas tratam dos mais diversos temas relacionados à economia criativa, como cultura alimentar, games, festivais, produção audiovisual, cota de tela, direito autoral, produção e gestão cultural, indicadores, música, dança, produção de pessoas com deficiência, entre outros.
A programação conta com atividades específicas para todos os 15 setores contemplados no MICBR, além de outras que abordam a realidade da economia criativa brasileira em mesas intersetoriais.
Na área do Design, por exemplo, haverá o painel “Design, Identidade, Pertencimento”, com os palestrantes Fran Farias, artista visual; Nilma Arraes, artesã e designer; Berna Magalhães, fundador da Libra Branding e Sâmia Batista, pesquisadora, designer e uma das idealizadoras do projeto que abraça a arte dos Abridores de Letras, do Pará.
Intitulado “Letras que Flutuam”, o projeto iniciou com pesquisa e produção de um documentário e uma publicação, e vem desenvolvendo formas de beneficiar financeiramente os detentores desse conhecimento, os abridores de letras da Amazônia.
“Com a circulação do livro, percebemos que muitas oportunidades se abriram, e hoje mais organizações interessadas em conhecer e disseminar esse saber tem entrado em contato conosco. Então, temos travado parcerias para gerar renda aos artistas, para que eles sejam os beneficiários prioritários dessa circulação do projeto”, explica a palestrante Sâmia Batista, designer e professora de Belém.
Ainda de acordo com Sâmia, o MICBR vai promover encontros entre pessoas de todo o Brasil, que poderão articular parcerias e desenvolver projetos conjuntos, favorecendo a circulação de pessoas e produtos.
“Acredito que essa edição em Belém será um divisor de águas para projetar a importância cultural da nossa região, e a nossa comunidade criativa com certeza vai ganhar muito com os contatos e oportunidades que o evento irá promover”, reforça.
Toda a programação dos painéis e oficinas pode ser acessada no site do MICBR 2023.
Mentorias
A programação do MICBR oferecerá aos profissionais criativos a oportunidade de melhorar seus negócios, por meio de atendimento personalizado com mentores.
Consultores do Sebrae oferecerão dicas e informações visando ao desenvolvimento profissional e ao aprimoramento de habilidades empreendedoras.
As mentorias oferecidas pelo Sebrae estão disponíveis para agendamento por meio da plataforma Oraculli. No caso das demais, as inscrições podem ser feitas neste link. O resultado dos selecionados pelos mentores será divulgado na terça-feira, 7.
Cozinha show e feira
A gastronomia, os sabores e os ingredientes da região Norte terão lugar na cozinha show montada no Hangar. O público terá a oportunidade de conhecer a culinária paraense e aprender a cozinhar pratos típicos diversos, em dois horários diferentes nos dias 9, 10 e 11 de novembro.
Além disso, entre os dias 9 e 11 de novembro, o público poderá prestigiar as Feiras de Economia Criativa e Gastronomia, o Espaço Imersivo e a Galeria com obras de artistas visuais da Amazônia.
Showcases
Os showcases – ou apresentações artísticas curtas, com fins comerciais – são realizados com a finalidade de impulsionar, de forma mais direta, a conclusão de negócios concretos, e se traduzem em apresentações artísticas de curta duração, com o intuito de demonstrar, a possíveis compradores, o potencial comercial e artístico de vendedores de segmentos específicos.
Ao longo dos três dias da programação no Hangar, serão realizados seis showcases de Música, seis de Moda (desfile), seis de Hip Hop, dois de teatro, dois de dança e dois de circo. Para cada setor, foi selecionado um representante de cada região do País e mais um de Belém.
Youtube e Google Play
A temática sobre economia criativa digital fica por conta do YouTube, apresentando o impacto econômico, social e cultural da plataforma no país. Apenas em 2022, o YouTube ajudou a gerar mais de 140 mil empregos e colaborou com R$4,55 bi para o PIB brasileiro. Executivos da plataforma, a multiartista Jaloo, a empreendedora e criadora Rafa Xavier e o criador Lito, do canal Aviões e Músicas, vão falar sobre a importância do YouTube na geração de negócios, empreendedorismo e empoderamento de pessoas, além de dar dicas e dividir melhores práticas na plataforma.
“Queremos mostrar que os criadores do YouTube não têm apenas um canal na plataforma, eles têm negócios que impactam suas vidas e a daqueles que, em contato com seus conteúdos, se sentiram inspirados e incentivados a empreender”, Manu Villela, diretora de ecossistema de criadores do YouTube.
Outra frente de negócio da empresa, o Google Play, contará com painéis que abordarão o desenvolvimento de games como negócio e cultura, com dicas valiosas para quem está iniciando a jornada de criações autorais.
A empresa anunciará, em primeira mão, no dia 10/11, às 12h30, os 10 estúdios independentes da América Latina selecionados para a segunda edição do Indie Games Fund.
Cada um dos contemplados receberá apoio técnico, treinamento e acompanhamento, além da verba de até US$ 200 mil dólares (cerca de R$ 1 milhão) para investir em suas criações.
“O Google Play quer fomentar o mercado de games em toda a América Latina. O objetivo do Indie Games Fund, e dos painéis que estamos trazendo para o evento, é dar visão de negócios para os estúdios que começam com muita vontade e paixão por games, porém pouco conhecimento de como essa indústria funciona para que tenham um desenvolvimento sustentável”, afirma Daniel Trócoli, Head de Parcerias para Games, Google Play na América Latina.
Conceito
O projeto artístico é assinado pelas artistas paraenses Aíla e Roberta Carvalho e também pelo paulistano Warley Alves. Eles contam que o conceito é celebrar a diversidade tendo como ponto de partida a cidade de Belém – uma metrópole no meio da floresta amazônica, com a capacidade de absorver tradições e transformar em futuro com entusiasmo.
“A maior inspiração foi poder falar da Amazônia em primeira pessoa, desde o projeto arquitetônico até a programação artística, que abrange regiões de todo o país, porém com grande presença amazônica. Esse é o Brasil, diverso e inventivo”, conta Aíla.
Já para Roberta Carvalho, é de extrema relevância que um evento brasileiro sobre indústria criativa aconteça em um território que historicamente sempre esteve à margem dos holofotes e palcos do Brasil. “Não há arte brasileira sem uma percepção Amazônica. A forma como a arte brasileira é produzida reflete a vivência da floresta, da cidade e dos rios. Tudo isso estará bem representado no MICBR” conta.
Ineditismo
Desde os tempos antigos, quando chamada de Mairi pelos povos originários, a região de Belém foi marcada por uma propensão à conexão e à troca cultural. Essa característica, enraizada como resultado da confluência dos rios Amazônicos, moldou a identidade da cidade ao longo da história, resultando em um ambiente de inovação e intercâmbio.
Além disso, a produção no Norte do país também pretende valorizar as potencialidades da região e dar maior projeção à diversidade cultural dos povos amazônicos, incentivando a descentralização de investimentos e ações culturais. A capital paraense vai sediar, em 2025, a COP-30 – 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas.
Belém é uma cidade que se adapta e cria suas próprias tecnologias, possui uma peculiar sabedoria das esquinas, da vida, do viver, se colocando frente à tecnologia avassaladora do processo de globalização.
Ao mesmo tempo que as batidas musicais do tecnobrega são aceleradas como as luzes das aparelhagens, o calor e a chuva trazem a lentidão da natureza, um nos desacelera, a outra amansa a vida, em um equilíbrio de coexistência.
Economia Criativa
Mais do que uma força impulsionadora do crescimento econômico, a economia das indústrias criativas desempenha um papel fundamental na promoção da cultura e na formação de mão de obra qualificada.
À medida que esses setores continuam a crescer e inovar, o Brasil se beneficia economicamente, culturalmente e socialmente.
Há tempos a cultura vem se projetando como um dos segmentos mais dinâmicos da economia mundial, desvencilhando-se da imagem de mera fonte de bem-estar social e mostrando-se como elemento essencial do desenvolvimento econômico das nações.
A economia criativa é mais robusta do que indústrias tradicionais como a têxtil e a de eletroeletrônicos, gerando emprego e renda, com remuneração superior à média do mercado de trabalho brasileiro.
No Brasil, ela é responsável por 3,11% do PIB e emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas nas mais de 130 mil empresas formalizadas.
Em suas duas primeiras edições, realizadas em 2018 e 2021, o MICBR alcançou resultados expressivos. Em 2018, em edição presencial, o evento gerou o equivalente a R$5,5 milhões de dólares durante as rodadas de negócios, com a perspectiva de geração de outros R$55 milhões nos 12 meses seguintes.
Serviço
3ª Mercado de Indústrias Criativas do Brasil (MICBR)
Quando: 08 a 12 de novembro de 2023
Local: Hangar Convenções & Feiras da Amazônia
Av. Dr. Freitas, s/n – Marco – Belém (PA)
Entrada gratuita e aberto ao público.
Outras informações e programação: gov.br/micbr
Instagram: @micbr