A 35a edição do Data Stories, estudo mensal da Kantar Ibope Media, aborda o poder de influência e representatividade negra nos espaços da indústria criativa, no caso, mídia e publicidade. Segundo o Censo de 2022, a população negra perfaz 56% do total da população brasileira.
Cerca de 41% dos negros costumam seguir as marcas nas redes sociais, 43% fazem buscam na internet sobre os produtos que são anunciados enquanto assistem TV, e 35% confiam na indicação de produtos pelas celebridades. Somente no ano passado, houve um aumento de 197% do investimento publicitário da categoria de eventos sociais e culturais, um dos principais crescimento do período, e um forte exemplo desta categoria foi a Feira Preta, que chegou a sua 20ª edição, com realização no Memorial da América Latina, com exposições de empreendedores e shows musicais.
O público negro também demonstra alto potencial de consumo, segundo o Data Stories. As marcas que conseguem criar conexão com o público negro geram potencial de consumo, com intenção de compra acima da média da população em diversos produtos como primeiro automóvel, apartamento ou casa, moto/scooter, tablet, videogame e TV conectada.
O estudo ainda revela que há um progressivo crescimento da representatividade negra nas peças publicitárias e no uso de celebridades que compartilham e representem as causas do grupo. Ao analisar 95 mil inserções entre junho e agosto do ano passado, a Kantar identificou que 31% das campanhas com pessoas negras são protagonizadas por celebridades. E, entre as celebridades negras que mais aparecem na mídia estão, Iza, Menor Nico, Paulo Vieira, Rebecca Andrade e Taís Araújo.
Já entre as categorias com maior presença de negros nas campanhas estão: telecomunicações, higiene pessoal e beleza.
No jornalismo essa representatividade ainda é pequena. Apesar de serem a maioria da população, no jornalismo os negros ainda são minoria. Segundo dados do Perfil do Jornalista Brasileiro em 2021, apenas 30% dos jornalistas eram pretos e pardos.