Na última quinta-feira (28) os cinemas do Brasil iniciaram a última cine-semana de 2023, com uma programação repleta de filmes nacionais. Ao todo, 62% das salas de cinema do país estão ocupadas por filmes brasileiros, com longas de grande interesse do público, como “Mamonas Assassinas” e “Minha irmã e eu”.
“Encerrar o ano com uma programação como essa, mais da metade das salas exibindo filmes brasileiros, sem a cota de tela em vigor, é uma demonstração prática do que argumentamos há algum tempo: nosso maior interesse é que os filmes performem bem e somos grandes apoiadores do cinema nacional. O que precisamos é ser abastecidos com filmes de apelo para o grande público”, comenta Lucio Otoni, presidente da FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas).
“Mamonas Assassinas” e “Minha irmã e eu” estão em exibição em mais de mil salas do Brasil e a expectativa é que a aceitação do público para ambas as produções seja muito grande, principalmente considerando o sucesso das últimas cinebiografias lançadas, como “Mussum: o filmis”, e o período do lançamento – o fim de ano, historicamente, é um momento de grandes comédias nacionais, como a série “Minha Mãe é uma Peça”.
Em 2023, 13% de todas as sessões exibidas nos cinemas do Brasil foram de filmes nacionais. Porém, o share nacional está perto de 2%. Para Marcos Barros, presidente da ABRAPLEX (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex), é possível elevar o patamar do cinema nacional por meio de discussões técnicas sobre os temas que são de relevância para o segmento e envolvendo os três pilares da indústria: distribuidores, produtores e exibidores.
“A grande participação dos filmes brasileiros nesta semana é prova de que podemos, sim, alavancar a produção nacional. Porém, não há qualquer evidência de que a Cota de Tela, da forma que foi aprovada, será eficaz para isso. Para ser um verdadeiro estímulo ao cinema nacional, a Cota deveria estar acompanhada de uma política mais ampla e que envolvesse mecanismos de fomento e incentivo a todos os participantes da indústria e não ser, como nos 20 anos em que ficou em vigor, apenas uma contribuição compulsória do exibidor”, finaliza Barros.