Nunca antes na história desse país, cuja maioria da população é composta de negros e pardos, representantes do afroturismo de diferentes localidades e atuações estiveram em uma reunião em Brasília com membros do governo federal para pautar as políticas públicas para os próximos quatro anos.
O encontro “consolidação e promoção do Afroturismo” ocorreu na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foi organizada pelo Ministério do Turismo, Ministério da Igualdade Racial e Embratur.
O evento reuniu profissionais de diferentes estados São Paulo (Guia Negro, Rotas da Liberdade), Rio de Janeiro (Rio Encantos, Etnias Turismo), Mato Grosso (Afrotours Agência), Rio Grande do Sul (Sitio Rosa do Vale), entre outros, além de representantes de secretarias municipais e estaduais de Rio Grande do Norte, Ceará, Goiás e Maranhão e dos órgãos organizadores do encontro.
Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, o Afroturismo é “prioridade”.
“Queremos que o mundo venha visitar, conhecer, valorizar, preservar e dar espaço de importância política. A gente quer experiência comunitária, experiência quilombola, experiência dos povos tradicionais”, declarou Freixo, que entendeu o capital político da pauta e a transformou em eixo central da sua atuação, determinando destaque nas campanhas que serão feitas para promover o turismo do Brasil ao redor do mundo.
A Embratur está lançando o sistema chamado de “Cadastramento de Experiências (CAE) que terá um recorte racial chamado de “CAE Black” que fará o levantamento e sistematização das experiências de afroturismo brasileiras. Já o Ministério da Igualdade Racial deve trabalhar o rotas negras, desenvolvendo roteiros de afroempreendedores pelo Brasil adentro.
Já o Ministério do Turismo trouxe para o encontro o projeto “Brasil Original”, com o objetivo de ampliar e diversificar a oferta turística brasileira, com experiências feitas por povos indígenas e quilombolas em seus territórios.
A programação e sistematização do evento foi realizada pela Diáspora.Black, startup do setor que oferece cursos, locações e roteiros turísticos.
Quais os desafios do afroturismo?
A mesa Afroturismo e o Mercado (foto acima) contou com a presença da fundadora da Rotas da Liberdade, Solange Barbosa, que falou sobre o que é o afroturismo; da coordenadora de diversidade, afroturismo e povos indígenas da Embratur, Tania Neres, que falou sobre o poder do afroturismo; do co-fundador da Diaspora.Black Antonio Pita, que falou sobre o mercado do afroturismo; e com o fundador do Guia Negro, Guilherme Soares Dias, que falou sobre os Desafios do afroturismo.